Movimento é calmo na fronteira Brasil-Paraguai

A alta do dólar está entre os motivos que afastaram os turistas do comércio em Ciudad del Este neste ano. Um dólar chegou a custar R$ 3,45 ao turista em março de 2015, quando atingiu o seu preço máximo. Hoje, o valor é um pouco menor, cerca de 3,30 reais por um obama. Ainda assim é alto, são os tempos de crise.

Os lojistas da cidade fronteiriça paraguaia sofrem as consequências. Não é à toa. Eles precisam competir com os altos valores da moeda norte-americana, e esse não é o único empecilho. Concorrentes do outro lado do mundo atraem facilmente os compradores com seus preços atrativos e a facilidade de entrega na residência do cliente. É preciso lembrar, contudo, que a cota nessa modalidade de transporte é de US$ 50,00 e só vale se o remetente for uma pessoa física. Ou seja, sob qualquer que seja o valor, se enviado por uma empresa, o consumidor está sujeito a pagar imposto de 60% do total da encomenda.

E por falar em cota, as ameaças da redução dela por via terrestre para US$ 150 foi outro motivo de preocupação dos lojistas, o que gerou protestos do lado paraguaio da fronteira. Essa cota define o valor máximo que um brasileiro pode importar passando pela aduana que fica no início da Ponte da Amizade. Hoje esse valor é de US$300, equivalendo a aproximadamente R$990,00. A previsão para a nova cota com valor reduzido entrar em vigor é para o dia 1º de Julho deste ano. Apesar disso, a senadora pelo Paraná, Gleisi Hoffmann, afirmou recentemente que acredita na suspensão dessa decisão. “O governo brasileiro tem noção do que significa isso para a fronteira de Foz e para o Paraguai, então acredito que nós teremos uma solução que vai para o caminho da suspensão. Espero que nessa semana, mais tardar na próxima, isso já se resolva. Além da questão comercial e econômica, também tem uma questão política entre os dois países”.

Pois é, a situação não é das melhores para os comerciantes de Ciudad del Este, que relatam uma queda de aproximadamente 50% do movimento nos últimos seis meses. Para permanecer no mercado, foi necessária redução de despesas, o que provocou demissões. Como comércio é o principal gerador de empregos na cidade, a economia ficou abalada. Apesar do elevado valor do dólar, os lojistas afirmam que atravessar a fronteira e adquirir os produtos importados está valendo à pena. Para garantir vendas, os comerciantes se adaptam ao mercado e oferecem preços mais atraentes e concorrentes.