Crise, crise e crise de novo. Parece que nos últimos meses esse é o assunto que está em alta, junto com o dólar, é claro. A economia está feia no Brasil, a economia está feia no Paraguai. Um jornal paraguaio mencionou na última semana o atraso na entrega das obras da Ponte da Amizade. O motivo – “falta de rubros” – ou falta de dinheiro em bom e claro português. Ou seja, é a crise. Ou talvez o pedido da empresa responsável pela execução do projeto tenha sido atendido pelo DNIT. Como a gente comentou aqui, em Julho deste ano a empresa solicitou que o prazo fosse prorrogado em seis meses devido ao atraso no início da execução do projeto.
Outra galera que está se aproveitando da crise é um grupo de estudantes do terceiro ano de um colégio particular de Ciudad del Este. Os jovens, que tem entre 16 e 18 anos, estão produzindo um filme que deve estrear ainda neste ano. Mas e o que a crise tem a ver com isso? Tudo. Ela é praticamente a protagonista. O roteiro do longametragem conta com duas histórias que ocorrem paralelamente. Uma das personagens principais é o mototaxista José e a outra é a vendedora de roupas no microcentro da cidade, Rocio. Ambos passam por dificuldades econômicas e se deparam a “oportunidade” de ingressar no mundo do narcotráfico (José) ou da prostituição (Rocio). Além disso, o filme exibe as particularidades vividas na cidade fronteiriça.
Entitulado “Zona Cero”, o filme foi pensado para ser um trabalho interdisciplinar com impacto social, que é um requisito curricular para o terceiro ano nesta instituição. Mas o projeto teve também um impacto na vida dos estudantes. Nenhum deles pensavam em ingressar no mundo cinematográfico, mas após a experiência o cinema ganhou mais alguns fãs. “O mundo precisa de pessoas que amem o que fazem e nós amamos fazer isto. Há estresse, cansaço, mas vemos o resultado e nos emocionamos. Eu queria estudar medicina, mas agora isto é o que me encanta”, conta Natalia Ramírez.
As cenas finais serão gravadas em breve na Ponte da Amizade.
