Final feliz para a fronteira – valor da cota é mantido

A última semana foi de discussões entre autoridades brasileiras e de expectativa para os comerciantes paraguaios. Houve até ameaça de protestos por comerciantes de Ciudad del Este, Pedro Juan Caballero e Salto del Guairá, caso a decisão desejada não fosse tomada logo, visto que o prazo estava terminando e até então a medida estava só na conversa. Mas a notícia é boa. Por pelo menos mais um ano, o valor da cota de compras no país vizinho permanece de US$ 300. Ufa!

A discussão não é recente. No mês de Julho de 2014, chegou a ser publicada no Diário Oficial a redução do valor da cota, mas o prazo foi adiado por um ano. Previsto para entrar em vigor nesta quarta-feira, 1º de Julho, novamente a data foi adiada. A notícia veio da Senadora Gleisi Hoffmann, que participou de várias discussões a favor de que o valor de US$ 300 fosse mantido. Ela confirmou na última sexta-feira que a portaria foi assinada e deve ser publicada ainda hoje, 29.

O presidente do Paraguai, Horácio Cartes, e a prefeita de Ciudad del Este, Sandra Zacarías, celebraram a decisão nas redes sociais. Já Armando Santamaría, presidente da Federação de Comércio (Fedecámaras) de Cidudad del Este, acredita que a medida não é suficiente para trazer os compristas de volta. “É preciso levar em consideração que a crise não se deve a cota, mas sim a desvalorização do real. Por essa razão, deve-se continuar conversando para encontrar uma maneira para comércio conseguir competir com o Duty Free da Argentina e o que deve se instalar no Brasil.”

Já falamos sobre o baixo movimento que aflige o comércio, aqui, e sabemos que a redução da cota só agravaria a situação. Com a crise e todas as complicações, reduzir o valor da cota seria assassinar o comércio e grande parte do turismo na região da tríplice fronteira. De acordo com uma pesquisa realizada pela Itaipu Binacional divulgada no final do ano passado, 23% dos turistas que visitam Foz do Iguaçu tem como principal objetivo as compras no Paraguai, só perdendo para as belezas naturais da cidade. Quem vem à Foz, quer aproveitar todas as atrações da região, o que é benéfico para vários setores de todas as três cidades que formam a tríplice fronteira. Manter o valor da cota, ou até aumentá-la, como especulam alguns, é fundamental para sustentar o pouco fluxo de compristas e contribuir com a geração de renda e empregos que esse turismo proporciona na região.